O futebol é um esporte de muita festa e alegria, no entanto, como tudo na vida, o esporte bretão também tem seu lado obscuro. Infelizmente, as arquibancadas ainda servem como espaço para que multidões destilem preconceito e intolerância.
A homofobia e o machismo, por exemplo, é uma constante em qualquer estádio do Brasil. Mas o racismo explícito no futebol parecia ter desaparecido dos campos da América do Sul nos últimos anos… até as partidas entre Corinthians e Boca Juniors.
Afinal, alguns torcedores do Boca imitaram um macaco em direção a torcida corintiana, tanto no jogo de ida quanto no jogo de volta. Para piorar, esses torcedores ainda não sofreram grandes retaliações jurídicas até o momento. Para se ter uma ideia, o torcedor que cometeu atos racistas em Itaquera saiu da delegacia de São Paulo sob fiança, paga pelo consulado de seu país, e voltou a fazer piadas racistas nas redes sociais ao retornar à Argentina.
As ofensas aconteceram em um momento delicado, no qual um jogador do próprio Corinthians é acusado de racismo: Vitor Pereira supostamente chamou Edenílson, do Internacional, de macaco em partida válida pelo Campeonato Brasileiro. O caso também foi parar na delegacia, onde o colorado registrou uma ocorrência. Caso seja confirmado a suspeita, Vitor Pereira deve ter seu contrato rescindido com o Timão.
Tudo isso demonstra que o racismo estrutural ainda é um problema grave não só no futebol, como na sociedade. E o pior: as vezes ele passa na nossa frente e nem percebemos. Afinal, apelidos de alguns jogadores conhecidos do futebol nacional, como Grafite, Negueba e Somália, são extremamente racistas se avaliarmos com racionalidade.
Fato é que não existe mais espaço para esse tipo de preconceito disfarçado de brincadeira e os torcedores xeneizes devem ser responsabilizados pelos seus crimes de ódio.
Corinthians, 2022, Racismo, Boca Juniors, Vitor Pereira, Edenílson