Em reunião na última segunda-feira, os conselheiros do Corinthians ficaram sabendo que a dívida do estádio em Itaquera passou da casa de um bilhão de reais.



Uma auditoria feita pela Claudio Cunha Engenharia e Construções mostra que o clube ainda precisa pagar R$ 1,338 bilhão para quitar sua arena.

Caso seja considerado também o valor não-negociado dos CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) colocados à venda pela Prefeitura de São Paulo, o débito aumenta para R$ 1,792 bilhão.

Atualmente, o Corinthians quita tal dívida a conta-gotas com o dinheiro arrecadado pela venda de ingressos para os jogos, mas a longo prazo a situação não é boa.

A média de renda bruta por partida na Arena Corinthians (sem considerar os descontos) em 2017 é de R$ 1.770.470; para pagar o montante total da dívida de R$ 1,8 bilhão, seriam precisos 1.016 jogos em casa.

Como o time faz, na média, 35 duelos como mandante por temporada, a dívida seria paga completamente em 29 anos.

Se for levada em conta a dívida de R$ 1,338 bilhão - sem os CIDs -, o Corinthians precisaria da renda bruta de 776 jogos em casa para pagá-la. Ou 22 anos.

Até mesmo com sua receita bruta anual o clube alvinegro precisaria de alguns anos para ficar livre das dividas do estádio. Em 2016, o clube arrecadou R$ 485,4 milhões; para quitar o maior débito, seriam necessárias quatro temporadas com tal receita; para a dívida menor, três anos.

Nem se o Corinthians quisesse vender sua arena conseguiria abater completamente o débito.

Em laudo feito pela JLL (Jones Lang LaSalle) Consultoria Imobiliária, a Arena Corinthians valia R$ 862 milhões em 31 de dezembro de 2016 - sendo que a desvalorização do estádio foi grande após a Copa do Mundo de 2014.

Ou seja: ainda faltaria meio bilhão de reais para quitar a dívida considerando seu valor menor ou quase R$ 1 bilhão se o débito for o de R$ 1,8 bilhão.


A dívida poderia ser bem menor hoje caso os naming rights, promessa feita desde o início da construção do estádio, já tivessem sido negociados. O Corinthians chegou a pensar em arrecadar R$ 400 milhões com a venda sobre o direito do nome da arena - hoje batizada informalmente de Fielzão e Itaquerão.