30/7/2019 20:43

Corinthians tira camisa sobre Marielle de exposição após protesto e ameaças

Corinthians tira camisa sobre Marielle de exposição após protesto e ameaças
Camisa "Quem Matou Marielle?" está exposta no memorial do Corinthians, entre outras do time de basquete
Imagem: Reprodução

Atual supervisor da categoria sub-19 do basquete do Corinthians, o ex-armador Gustavinho foi campeão da Liga Ouro de 2018 dentro das quadras. Após a decisão do campeonato que deu vaga no NBB, quando subiu ao pódio para receber premiações, ele apareceu com uma camiseta escrito "Quem Matou Marielle?". Mais de um ano depois, a peça de roupa foi doada ao memorial do clube, colocada em uma exposição sobre a história do basquete corintiano e virou pivô de grande polêmica nos bastidores, que terminará com sua retirada após protestos de conselheiros do clube.



Horas após a publicação do registro da contrariedade em relação à exposição, o UOL Esporte apurou que o Corinthians concordou em retirar a peça e manter apenas uma fotografia do momento no museu. O discurso é de que a camisa não foi usada na partida, ao contrário dos outros itens em exposição.

De acordo com um grupo de 25 conselheiros eleitos pela chapa "Fieis Escudeiros", a segunda mais votada para o Conselho Deliberativo do clube com 274 votos, em fevereiro do ano passado, a exposição da camisa representava "uso do clube por dirigentes (...) como "palanque" na exposição de suas ideias políticas pessoais". Assim, a chapa solicita "a imediata exclusão de quaisquer alusões de cunho político, religioso ou de outra natureza..."

A exposição "Corinthians Basquete" foi lançada na última sexta-feira (26) e aberta ao público no sábado (27), no memorial do clube no Parque São Jorge. Ontem (29), grupos de conselheiros começaram a demonstrar contrariedade em relação à exposição da camisa de Gustavinho por considerarem que seja um gesto político. No mesmo dia foram enviadas cartas ao Conselho de Orientação (CORI), Conselho Deliberativo e presidência do clube pedindo a retirada da peça. O Corinthians aceitou hoje.

Carlos Roberto Elias, diretor cultural do Corinthians, foi procurado pelo UOL Esporte, e se limitou ao seguinte comentário, antes da decisão pela retirada: "É uma exposição normal sobre o basquete do Corinthians que tem um símbolo da conquista da Liga Ouro entre os itens. Segue até o fim do mês". Sobre as polêmicas, disse "vamos aguardar o barco correr".

O Conselho Deliberativo informou que não se posicionaria sobre o tema, mas entendia que havia uma série de outros membros do colegiado e torcedores insatisfeitos com a exposição. De acordo com relatos ouvidos pela reportagem, nas últimas horas houve até ameaças de invasão para a camisa ser retirada a força do memorial do clube. Também por isso é que a presidência do clube determinou a retirada da peça.

Marielle Franco foi uma vereadora do Rio de Janeiro então filiada ao Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) morta a tiros dentro de um carro na região central da cidade em 14 de março de 2018. O motorista do veículo, Anderson Gomes, também foi baleado e morreu. O crime segue em investigação, sem desfecho, e se tornou pauta na luta por direitos humanos.

Gustavinho, que é politicamente engajado e já escreveu sobre o tema à coluna "Campo Livre", do UOL Esporte, personalizou a camisa de basquete do Corinthians no dia em que se completaram cem dias da morte de Marielle. "

Perdemos todos", diz viúva de Marielle

Mônica Benício, viúva da vereadora Marielle Franco, foi informada sobre a decisão do Corinthians de retirar da exposição a camisa de basquete que faz alusão ao assassinato. "Acho que diante desse argumento que só podem ser utilizadas as camisas que foram utilizadas em jogo, se esse é um argumento do clube, acho válido", afirmou, antes de comentar o contexto do acontecimento.



"Agora, acho muito pobre, triste, e perdemos todos, principalmente a democracia, quando o argumento que é utilizado é um argumento que não se pode falar de política ou religião. Porque falar de Marielle não é falar de política ou religião, é falar de defesa da democracia em tempos de barbárie, que a gente vive hoje", relatou Benício.


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1554 visitas - Fonte: UOL

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Fausto Volkart     

Esta certo a torcida, a morte dessa moça (lamentável), mas é um problema da justiça carioca. Não podem fazer do Corinthians um cabide político.

E wuem matou Celso Daniel?

Não deviam ter colocado

aguinaldo morais     

A paz e a democracia que foi tão alardeada pelo timão, sofreu um grande reves apos a ação deste grupelho que forçou a retirada da homenagem à Mariele, Socrates deve estar envergonhado com esses idiotas anticorinthianos. Vão todos tomar no c...

Eu concordo ,o Corinthians não pode ser usado como palanque politico ,quem tem que responder quem matou é a policia

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