Segundo maior artilheiro da história do Palmeiras, César Augusto da Silva Lemos, o César Maluco, era pai de Jamelão, ex-presidente histórico da Gaviões da Fiel, maior torcida do rival Corinthians. O ex-jogador contou essa história em entrevista à Folha de S. Paulo.



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Como que Jamelão descobriu?
Sandra Deungaro, viúva de Jamelão, falecido após pegar gripe suína 12 dias depois do título do Corinthians na Libertadores, em 2012, estava grávida de Kauê Deungaro Romano. Para descobrir o sexo do bebê, a mulher decidiu levar o marido até uma cartomante.

“Assim que a gente entrou, a cartomante olhou para o Jamelão e falou: ‘você sabe que é adotado, né?’. Ele disse que não sabia e ela completou garantindo que o pai biológico estava no mundo do futebol”, lembrou Sandra ao jornal.

Jamelão foi atrás de sua mãe adotiva, que confirmou a história. Filiado com a Gaviões da Fiel desde os 15 anos de idade, o ex-presidente da torcida descobriu onde a sua mãe biológica morava, em Jaú, e fez uma visita. O corintiano fanático foi recebido por um integrante da Mancha Verde, maior torcida do rival Palmeiras, que na verdade era seu primo.

A mãe de Jamelão havia morrido dois anos de câncer, mas ainda restava saber quem era o seu pai. Uma tia citou alguns nomes que poderiam ser, incluindo José Mansur, ex-vice presidente do Corinthians e um dos principais alvos da Gaviões da Fiel. “Ele ficava repetindo: só falta o Mansur ser o meu pai!”, relembra a viúva.

Após marcar uma reunião surpreendente, Jamelão foi analisado pelo vice do Corinthians, que afirmou: “Seu pai é o César. César Maluco”.

Um dos maiores nomes da história do Palmeiras com 182 gols marcados, César Maluco é também um dos maiores carrascos do Corinthians no dérbi paulista.

Encontro entre pai e filho
O ídolo do Palmeiras foi surpreendido e ficou alguns segundos em silêncio, como relata Sandra, mas aceitou o encontro com o filho. “Eu não queria saber de nada. Era meu filho. Pronto. Era o bastante. Era o filho que eu sempre quis ter”, diz César Maluco.

Com o passar dos anos, Jamelão teve problemas políticas com a Gaviões da Fiel e de saúde. O jogador que era rival anos antes passou a ser alicerce para o corintiano, embora desaparecesse em alguns momentos.

“Ele vendia bem, mas dava uns perdidos. Sumia. Tenho muitos amigos e às vezes alguém me ligava para dizer no que ele andava se metendo. Se havia alguma fita errada em que estava envolvido. Eu ligava para ele e dizia para confiar em mim. Falava para me contar qualquer problema que tivesse porque eu era pai, irmão e amigo dele”, afirma César Maluco.



Falecimento do ex-presidente da Gaviões da Fiel
A relação entre César Maluco e Jamelão foi intensa até 2012. Após voltar do primeiro jogo da final da Copa Libertadores de 2012, na Argentina, contra o Boca Juniors, o corintiano sentia dores e uma forte gripe.

O ex-presidente da Gaviões da Fiel ficou internado por alguns dias, mas não resistiu à gripe suína. O velório foi marcado pela presença de um grande números de torcedores do Corinthians e seu pai, ídolo do Palmeiras, tinha a presença no local como um espanto para muitos. Algumas pessoas sabiam e queriam espalhar a notícia: “Fica quieto. É o pai do Jamelão”.

“Não tinha importância nenhuma para mim ele torcer para o Corinthians. Eu sei que no início era difícil porque de repente apareceu um pai na vida dele. Eu fiquei feliz da vida por ele ser meu filho”, contou César Maluco.

Corinthians, Gaviões da fiel