19/6/2019 09:10

Superintendente do Timão fala sobre as mudanças da Arena

Superintendente do Timão fala sobre as mudanças da Arena
Responsável pelo marketing do Corinthians desde a saída de Luis Paulo Rosenberg, em fevereiro, Caio Campos, superintendente do Timão, atendeu a reportagem do Globoesporte.com na Arena, em Itaquera, fez um balanço do primeiro semestre de trabalho do departamento e projetou novidades.

Em conversa de mais de uma hora, Caio não fugiu das polêmicas, como a campanha "corinthianismo", a demora para fechar os naming rights da Arena Corinthians e a própria saída de Rosemberg do clube. Animado com as possibilidade futuras, o superintende também citou as mudanças projetadas para o estádio.

Ainda sem data para o lançamento da terceira camisa, o marketing do Timão trabalha para incrementar a Arena. Com contrato fechado para colocar em funcionamento uma parque de cama elástica no estádio, a expectativa é de mais possibilidades de entretenimento dentro da casa corintiana. Recentemente, foi inaugurada uma quadra na área do estacionamento.

– Entendemos e respeitamos a manifestação de vários conselheiros. Mas o planejamento da campanha não foi mudado por causa disso. Não vamos dizer que não mudou nada, mudou. Algumas formas de expor a campanha, sim, mas o planejamento do tempo que ela ia ficar no ar, como a gente ia comunicar, onde ia comunicar... Isso não teve alteração. O que houve foi um bom debate com quem gostou e com quem não gostou e levantou o assunto. A campanha cumpriu a sua função, ficou na Globo nos comerciais, tem o site no ar, as artes... A campanha tinha esse tempo planejado – explica Caio, e completa:

– Sabíamos que iria gerar debate e foi legal. Uma campanha bacana. Ganhou um prêmio agora, isso nos deixou felizes. Vamos pensar em outras, polêmicas ou não. Logo virão mais campanhas que têm a ver com o clube e com o que ele representa.
Confira abaixo a entrevista com o superintendente de marketing do Corinthians, Caio Campos:

Globoesporte.com: O que mudou com a saída do Rosemberg?

Caio Campos: – Na verdade, a gente tem uma diretoria executiva e a diretoria estatutária. O meu diretor estatuário não existe mais. Normalmente, os executivos reportam para um diretor. Como eu não tenho mais, reporto diretamente para o Andrés. A mudança é essa. A pessoa com quem a gente tem as definições do que vai ser feito dentro do planejamento que nossa equipe monta. Quem faz essa definição hoje é o presidente. Todas as ações que a gente planeja, cria e define, não têm mais um diretor para nos orientar, mas, sim, o presidente. Essa é a mudança. Operacionalmente, não tem muitas mudanças. Politicamente...

Rosemberg não tinha papel executivo?

– Nunca teve, como nenhum diretor tem. Os executivos do clube são responsáveis por todas ideias, planejamentos, orçamentos que vão para o Conselho... Isso passa para a diretoria estatuária, eles avalizam ou não dentro dos critérios que a gestão está tomando e isso segue em frente. É uma coisa legal para o clube. Mudança mesmo só de aval, de estratégia, só essa.

Não ter um diretor político aumenta ou diminui a influência política?

– Influência política qualquer clube tem, com diretor ou sem diretor. Facilita para os executivos do clube você ter um diretor como filtro antes de levar para o Conselho. Ele dá um pouco mais de segurança para o executivo, tem uma opinião a mais de quem conhece a política do clube para não tomar uma gongada, fazer uma ação que não agrade a diretoria. Mas é só isso, os executivos não estão muito ligados na política. Eu nunca participei de uma reunião de Conselho do clube, mas faço o que o Conselho do clube manda. As reuniões chegam para mim, mas eu não chego nas reuniões. Acho essa uma boa estrutura para clube de futebol no Brasil.

Quais as próximas novidades para a Arena?

– Conseguimos a quadra, ainda estamos brigando para fazer um parque de skate do lado da Arena. Não desistimos, embora não esteja mais próximo. Depende de dinheiro. Sempre tivemos esse princípio. O marketing aqui é um departamento que traz dinheiro, não gasta dinheiro. Todas as ações que a gente faz são pautadas em parceiros que tragam dinheiro. A pista de skate era uma delas. Estávamos quase fechando com um parceiro, mas não fechamos e voltamos à estaca zero. A Nike comprou a nossa ideia e construiu a quadra.

– A gente deve ter em breve algumas quadras de futevôlei, tem um parceiro com a gente. Aos poucos, vamos crescendo esse parque, é uma oportunidade para as pessoas daqui curtirem o espaço da Arena.
Pode detalhar a ideia para o parque? Quais as outras novidades?
– Vamos ter um parque de cama elástica, o contrato já está assinado, vai ser aberto todos os dias. O parque vai ser dentro da Arena, no quarto andar do setor Oeste. Nos dias de jogos a ideia é não abrir. Fora dos dias dos jogos, ela (cama elástica) ficará liberada para o pessoal usar. Já o restaurante foi adiado um pouquinho por conta da Copa América, que não estava planejada no começo do ano. A universidade eu estava mexendo no contrato agora, pode ser que saia. A gente fez uma negociação, ela foi à frente e acabamos de receber a primeira minuta do contrato. Estamos analisando, mas as condições são bastante favoráveis para que isso aconteça logo. Só não posso ainda falar qual é.

E a pista de corrida?

– A pista de corrida já está sendo feita. Deve ter o futevôlei ali do lado, a quadra, pista de skate... A pista de cooper está certa, mas ainda não foi concluída. A de futevôlei está certa a negociação, mas não assinamos contrato. Enquanto não assina, não dá para falar. (Futevôlei) Fica externo, como a quadra. Queremos criar um parque.

Tem mais coisa?

– Estamos com a ideia de trazer clínicas para cá, laboratório... Acabamos a negociação, ainda não tem o contrato, mas já acabou a negociação, deve receber o contrato em pouco tempo. Isso virá junto com um cabeleireiro e barbeiro que a gente vai colocar aqui dentro. Inclusive em dias que não há jogos. Então o projeto continua andando, está saindo. Conseguimos fazer praticamente todos os camarotes aqui, tem o Festa, tem o Fiel Torcedor, o da piscina... Estamos pensando em fazer camarotes na parte infantil, de festa infantil. (Do lado oposto ao Fiel Zone) Esse aí a gente já fez, está com uma negociação certa com a Som Livre, a gente já fechou isso com eles. Vamos ser parceiros na operação desse camarote, que terá shows, como já teve do Jorge Aragão na final do Paulistão. Fizemos o primeiro teste, que foi o show do Jorge Aragão, foi bem legal, e estamos acabando a negociação com eles. Deve haver sempre jogo com show. E vão existir shows fora de dias de jogos.

Algum projeto não andou como você esperava?
– Acho que o único projeto que não foi para frente foi a arena de games. Estava super certo com um parceiro, mas na hora do contrato acabamos não chegando num acordo. É uma ideia, a gente não entendia muito bem o contexto do projeto, não é um negócio que a gente saiba fazer. Conhecemos no decorrer do processo algumas dificuldades, principalmente em relação à operação, como seria feito. Acho que fica em stand by, é um projeto que a gente não pode falar para o torcedor se vai para frente ou se pode ir para frente.

Houve divergências de ideias e distanciamento de quem administra o Instituto do Senna?

– Quem fazia o contato com o Instituto era mais a Nike do que a gente. Sempre tivemos uma boa relação, não houve nenhum problema. A gente viu muito questionamento quando houve o aniversário da morte e disseram "pô, não usou a camisa". Mas aí foi uma decisão nossa porque não tínhamos a camisa para vender, uma decisão comercial. As homenagens a gente fez várias muito legais. E comemorar aniversário de falecimento não é uma coisa muito legal... Sobre distanciamento, zero, pelo menos da nossa parte. As camisas não estão mais à venda. Quem tem, tem. Não serão feitas novas.

Há data para o lançamento da terceira camisa?

– Não tem data ainda, mas já está pronta. Com a campanha quase feita. Isso é no segundo semestre. Se não me engano, é sempre agosto. Ela é bem legal, também. A torcida vai gostar. Achei que a camisa 2 foi muito bem aceita, história legal.

Não tiveram receio de associar a camisa 2 à torcida organizada?

– Foi um retorno muito positivo. Está bem legal nosso retorno de venda. É igual a campanha do corinthianismo, receio a gente sempre tem. Mas, se temos a certeza de que estamos fazendo o melhor para o clube, temos que ir em frente. A gente tem restrições, embates, mas precisamos pensar: é o melhor para o torcedor? E ir em frente. Mas receio a gente sempre tem (risos).

Como reage às críticas pelo excesso de patrocínio na camisa?

– Tudo muda muito, saí há cinco anos (do clube) e fui trabalhar com varejo. Voltei e está tudo muito diferente, principalmente a comunicação. O mercado está complicado. O que a gente está fazendo com a camisa do Corinthians neste ano não tem nada a ver com o que a gente fez com o Ronaldo. Era outro momento, outra estratégia, outra necessidade. Se for comparar as decisões que a gente tomou, uma não tem a ver com a outra. O que a gente fez com o Ronaldo foi para viabilizar um jogador que dificilmente viria para um clube brasileiro com as condições comerciais que ele tinha e por quem ele era na época. Hoje é porque o mercado mudou.


– É lógico que eu queria um patrocínio só, como já tivemos. Hoje a gente está envolvido com os patrocinadores, temos produtos nossos com eles, e essa minha receita que hoje já é legal e me deixa satisfeito.

– Para ficar ainda mais satisfeito e chegar nos padrões e passar aquilo que todo mundo faz, eu preciso gerar mais receita com meus patrocinadores. Eu criei produtos com eles, esse negócio tem que crescer, se não crescer, a gente vai fazer o que fez lá atrás. Tivemos que expor mais as marcas do clube na camiseta e passar pro torcedor a necessidade de ele estar com a gente até mais do que esteve com as empresas do passado. É mais resultado e menos branding (gestão da marca). Tem que estar junto mesmo para a gente alcançar parâmetros de patrocínio que a gente nunca fez. Hoje tenho essa possibilidade com o banco. Posso fazer com que o torcedor, sem mudar o hábito dele no dia a dia, ajude o clube de coração dele. Acho legal, o Corinthians sempre teve esse perfil de ser pioneiro. A gente apanhou quando fechou o patrocínio, mas hoje todo mundo vê que era o caminho, inevitável. Agora a gente trabalha para fazer resultado.

A tendência, então, é uma camisa com muitos patrocínios a longo prazo?

– Até dois anos, sim. Porque a maioria dos contratos que temos é de dois anos a duração. São produtos que estamos desenvolvendo com esse parceiros, eles têm de estar juntos, tirando a Marjor Sports, hoje, o resto temos produtos em conjunto. Com a Poty, tenho o guaraná do Corinthians, estou ali trabalhando para vender mais guaraná e ter um resultado melhor. Banco... A ALE não, mas estamos desenvolvendo uma estratégia diferente, com um produto que vem por aí, mas ainda não podemos falar. São parceiros que querem a divulgação e a proximidade dos parceiros antigos por branding quando rolava muito dinheiro, mas, ao mesmo, temos de trazer referência e resultado. O resultado vem da lembrança, da camisa e da exposição.

Não tem como tirar da camisa, então?

– Tem, mas você entende que o esforço de comunicação terá de ser maior? Se eu quero um resultado além daquele que ele me paga naturalmente, meu esforço de comunicação para poder fazer com que isso chegue ao torcedor, que ele entenda quem é a empresa e entenda o produto do qual estamos falando, o esforço vai ser maior.

Ter mais marcas não pode desvalorizar?

– Então, aí vem a primeira pergunta que você mesmo respondeu. Eu não tenho mais patrocinador para pagar o que eu quero. É uma brincadeira que a gente faz no licenciamento, exclusividade tem preço. O quanto você vai pagar e o quanto vou ter dar de visibilidade e exclusividade. Se você tiver um mercado daqui a dois anos, que volte para os padrões antigos e possa fazer isso, vai ser legal.

O BMG pode ser esse parceiro?

– Não tenho dúvida. Só depende de nós. Pode ser que daqui a dois anos só tenha o BMG e mais ninguém. Você precisa entender quais produtos geram mais rentabilidade. Não posso responder pelo banco, mas tem essa ideia sim. Eles tem outros produtos do mesmo conglomerado, como a Help, que é uma empresa deles financeira, não é um banco, que a hora que começar a dar resultado ela vem para a brincadeira, também. Mas é um processo. Se fosse há dez anos, com outra economia, pode ter certeza que teríamos BMG e Help. Como está hoje em outros times. Mas isso demanda um tempo.

E os naming rights? Houve alguma mudança de estratégia para conseguir fechar?

– Vou falar por mim, nova estratégia é difícil. Já foi mudada. Na construção, tínhamos um momento bom do país e chegamos perto. A gente teve restrição por causa do nome não ser falado pelas emissoras. Fomos lá, negociamos nas emissoras, voltamos para as negociações falando que já tínhamos pré-acordo e não deu certo. Saí, voltei e começamos de novo. A gente negociar diretamente, terceiros, empresas internacionais que estavam em acordo com a gente porque já fecharam naming rights em outros lugares do mundo, chegamos perto de um acordo para eles negociarem por nós.

– Não queremos gerar uma expectativa ruim para o torcedor. Agora, ninguém está parado, estamos trabalhando.

Já há um contato com a agência?

– Estamos procurando essas agências, nenhuma brasileira, todas americanas, lá se entende de naming rights. Conversamos muito com eles. É mudança de estratégia, não sabemos se vai dar certo nem a própria parceria com as essas agências. Vai ser outra decepção se ficarmos passando algo para o torcedor. Preferimos ser mais sucintos. Estamos tentando de todo jeito, trabalhando muito.

Quais as possibilidades?

– Atacamos em várias frentes e possibilidades. Trazer a loja e ter a loja física na Arena, várias possibilidades. Chegamos muito perto de um projeto de universidade, da universidade dar o nome para nós. Acabou não dando certo, mas a gente pensa em tudo para tentar fechar isso o quanto antes. Só para deixar claro, fazemos tudo para o torcedor, mas, mais ansioso do que eles, estamos nós. Estamos cumprindo rigorosamente os pagamentos da Arena, sabemos como essa propriedade é importante para dar um fôlego maior nessa negociação toda. Essa venda nunca vai estar esquecida. Sei da dificuldade que passamos todo mês para pagar as parcelas. Sei que existem brincadeiras que o estádio veio de graça, mas, se for ver o montante que já pagamos por ele, é muito significativo. Não temos atraso. Sabemos o quanto a gente sofre. É importante para viabilizar e continuar nesse caminho.

Está satisfeito com o que tem no clube hoje?

– Visão de quem saiu do clube e voltou: hoje eu tenho uma visão bem melhor do que está acontecendo dentro do planejamento que passei para o conselho. Eu consigo ver em tempo real o que está acontecendo, quanto eu fechei de patrocínio, quanto era minha meta e quanto eu estou hoje. De comunicação, o quanto quer chegar e quanto está hoje. Ingresso é praticamente online com a IBM eu consigo saber exatamente como e quanto estou vendendo. Painel mostra tudo. Antigamente, não acompanhávamos tão de perto. Qualquer mudança de rumo, eu consigo ver e ter argumento para poder corrigir.


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