O atacante Jô falou sobre o gol de mão marcado contra o Vasco, no último domingo na Arena, e disse que não teve a intenção de fazer "sacanagem" no lance em que determinou a vitória do Corinthians por 1 a 0, no Campeonato Brasileiro, e que repercute até a chegada da delegação à Argentina, palco da partida contra o Racing, pelas oitavas de final da Copa Sul-Americana.



- Quem me conhece sabe que sou uma pessoa só, não tenho duas personalidades. Depois que saí do jogo, não tinha visto a imagem do gol. Chegando em casa, vi que a bola tocou no braço. Mas quero deixar claro que não quis trapacear. Os 19 gols que fiz foram com suor e dedicação. Eu não tive a intenção de colocar a mão na bola. Mas realmente a gente viu, a imagem mostrou. A minha intenção não é fazer nada errado. Quem me conhece sabe, tenho caráter e hoje, graças a Deus, com a minha mudança, eu tenho sido exemplo para jogadores.

Sou grato a tudo que o Corinthians tem feito por mim. Em nenhum momento queria ter feito alguma sacanagem - afirmou o atacante durante o pronunciamento.

O camisa 7 do Timão também se posicionou sobre a chance de ter assumido o erro para o árbitro da partida:

- Lógico que teve polêmica, alguns acham que eu deveria ter assumido, mas se eu tivesse convicção, falaria. Não tenho porque esconder algo. É só para a gente dar um ponto final nesta história. Gera polêmica, é normal, mas o caráter, e a minha conduta não se coloca em jogo em uma simples jogada.

O lance gerou tanta repercussão que a CBF decidiu utilizar o recurso eletrônico durante os jogos do Brasileirão, e Jô vê com bons olhos a ajuda da tecnologia.

- Para mim vai ser bom (entrar o árbitro de vídeo). Sempre fui suspeito de falar contra arbitragem. Nunca gostei e nunca vou gostar. Então, se é para ajudar para ele não ser sacrificado porque no resultado negativo é porque o árbitro ajudou, porque isso ou aquilo. Se for benéfico para o futebol brasileiro, é sempre bem-vindo - completou.

DIRETORIA PRESTA APOIO EM PRONUNCIAMENTO - Flávio Adauto, diretor de futebol do Corinthians, e Alessandro Nunes, gerente de futebol, ficaram ao lado de Jô durante o pronunciamento no hotel em que a delegação está hospedada, em Buenos Aires. O primeiro dos dirigentes falou grosso em defesa do atacante.

- Fico surpreso com uma repercussão tão grande que pode ter sido polêmico, sim. Mas que envolve um jogador com um passado muito tranquilo. Um ano de Corinthians com um convivência fantástica, uma liderança aprovada por todos. Um dos camaradas mais responsáveis que temos no elenco. Isso tudo o credencia até para cometer um erro, uma falha qualquer. Acho que demonizar um jogador como o Jô, de Seleção, Corinthians, que tem um passado como atleta profissional muito bom. Acho que teve um excesso, dose de exagero querendo que ele seja o salvador de todos os problemas éticos no futebol. Um equívoco qualquer que tenha ocorrido me faz pensar que ele sofreu dois pênaltis. Ele reclamou. Então o jogador do Vasco deveria ter chamado o juiz e nesta linha do fair play ter falado "seu juiz, eu fiz pênalti no Jô". Então comparar um lance passado como o do Rodrigo Caio, decisão bonita que ele aplaudiu, não cabe neste momento