Campeão com o Corinthians da Série B de 2008 e do Paulista e da Copa do Brasil do ano seguinte, o lateral esquerdo André Santos chegou a defender o Arsenal por uma temporada e meia. Pode não ter sido uma passagem muito longa, mas foi o suficiente para deixar uma marca na vida de alguns dos então companheiros.



sso aconteceu em 24 de abril de 2012, dia em que o brasileiro levou o meia Mikel Arteta e os atacantes Lukas Podolski e Robin van Persie para um jantar com Ronaldo, ex-atacante da seleção brasileira.

"O Ronaldo estava trabalhando com a Fifa e gosta muito de ficar em Londres, vai sempre para lá", conta André Santos ao ESPN.com.br. "Eu liguei para ele e disse: 'Presidente, você está em Londres, vamos marcar um jantar porque os caras querem te conhecer. O Van Persie é muito seu fã e tem um quadro seu. O Podolski tem uma camisa sua e queria que você assinasse.

O convite foi aceito. Aí coube ao lateral marcar com os colegas e reservar o restaurante. No fim das contas, a experiência acabou correspondendo às altas expectativas de Arteta, Podolski e Van Persie.

"Eles ficaram alucinados. O Ronaldo ficou sentado ao meu lado e os caras ficaram olhando parados para ele, nem piscavam (risos). Pareciam hipnotizados. Foi incrível, um momento muito marcante. Consegui reunir vários craques em um jantar, e os caras estavam realizando o um sonho deles", afirma André Santos.

"Eu ia muito a esse restaurante, que fica no bairro onde morava a Amy Winehouse. Tinha espaço que ficava mais atrás das outras mesas e foi bacana. Batemos papo até altas horas e os caras ficaram malucos. Tiraram fotos pra caramba, levaram camisa para autografar. Eles ficaram um tempão falando só disso no Arsenal e me agradeceram demais."

Amizades e jantares
Esse jantar com Ronaldo não foi uma coisa totalmente diferente da rotina que André Santos tinha nos tempos de Arsenal. Não era todo dia que era possível contar com um convidado ilustre, mas esse tipo de encontro entre os jogadores da equipe fora do horário de trabalho eram comuns.

"Saíamos sempre para jantar com as famílias. Era bem bacana. Ou íamos a um restaurante, ou fazíamos jantar em casa mesmo. Tinha um espaço bem bacana em casa. Eles gostavam muito de comer churrasco, os gringos amaram a picanha e falaram que era bem diferente", relata o lateral brasileiro.

Um deles continua próximo a André Santos até hoje: Van Persie. "Estamos juntos sempre em Istambul, tomando café e jantando. É super amigo e adorava treinar do meu lado", diz.

Chegada ao Arsenal
Depois de se destacar pelo Corinthians, André Santos foi vendido ao Fenerbahce em 2009. Ficou lá por dois anos. Após a conquista do Campeonato Turco de 2011, o clube foi suspenso pela federação turca por envolvimento em manipulação de resultados e perdeu a vaga na Champions League.

Para o lateral, aquilo acabou sendo o começo da sua história no Arsenal.

"Fiquei muito chateado com a punição ao Fenerbahce. Então eu recebi uma ligação do Arsene Wenger no meu celular. Meu empresário me avisou antes que ele iria ligar. Conversamos em inglês e foi bem legal. O Wenger disse que queria contar comigo e que acompanhava meu trabalho desde o Brasil", recorda-se.

"Fiquei muito feliz e pedi para o presidente do Fenerbahce, que me vendeu. Cheguei no Arsenal e meu primeiro ano lá foi muito bom. Joguei direto, fiz gols e dei assistências na Premier League e na Champions League."


Gol em clássico e "Ai, Se Eu Te Pego"
Um dos momentos mais especiais para André Santos neste primeiro ano pelo Arsenal aconteceu em uma vitória por 5 a 3 sobre o Chelsea, em outubro de 2011. O ex-corintiano gols foi o autor de um destes cinco gols do seu time.

"Para mim, o jogo ficou marcado porque vários amigos meus estavam me visitando na Inglaterra. E fazer um gol em um clássico marca para o resto da vida", conta o brasileiro.

"Fiz a comemoração do "Ai, Se Eu Te Pego" porque naquela semana o Michel Teló tinha ido para Londres e tínhamos saído para jantar", lembra.

O lado humano de Wenger
A trajetória no Arsenal durou até fevereiro de 2013, quando foi emprestado para o Grêmio. Depois, ele acertou com o Flamengo. Nunca mais chegou a jogar pelo clube londrino.

Já faz quatro anos e meio que isso aconteceu. Além do jantar com Ronaldo, das amizades com os colegas de equipe e do gol no clássico com o Chelsea, o que também marcou André Santos durante sua passagem pelo Arsenal foram as conversas no dia a dia com Arsene Wenger.

"Ele conversa demais com os jogadores. E para chegar no campo você precisava andar um trecho comprido. Todo dia ele ia falando com algum jogador. Trocava muita ideia e perguntava se estava tudo bem ou se precisava de alguma coisa. É um cara que se preocupa muito com lado humano", relata André Santos.