Escolhido para substituir Jô na partida desta quarta-feira, contra o Patriotas-COL, às 21h45 (de Brasília), no estádio de Itaquera, o centroavante Kazim deu um show particular na entrevista coletiva da tarde desta terça, no CT Joaquim Grava. Falando aos jornalistas nessa modalidade pela primeira vez desde sua apresentação, ele arrancou muitas risadas dos presentes ao tirar sarro do fato de ser reserva, palavra que ele não gosta, valorizou o titular da sua posição e prometeu jogar uma “final” contra os colombianos na casa corintiana, onde o “Coringão é diferente”.


O momento mais engraçado se deu já na parte final da conversa com os jornalistas, entre algumas breves inserções de inglês e diversas perguntas sobre a qualidade do seu português. Questionado se na Inglaterra os seus familiares comentam sobre a invencibilidade de 30 jogos do Alvinegro na temporada, ele disse que já falou bastante sobre isso quando tem contato com os ingleses.

“Eles elogiam, falam do tempo sem perder. Perguntam se eu jogo, eu falo: “Não” (risos)”, comentou o camisa 18, que teve de parar por alguns segundos até conseguir recuperar o fôlego das risadas, acompanhadas pelos presentes. Quase recomposto, explicou que não tinha o que reclamar da sua situação no clube.

“Jô está numa fase muito boa agora. Quando você joga num clube muito grande a competição é grande. Jô está muito bem, fazendo muitos gols, muito importante para nós. Meu objetivo pessoal é ajudar o meu time. Treino é jogo, jogo é guerra. Então todo treino é jogo. Amanhã (quarta) tenho uma oportunidade para ajudar meu time. Esse jogo é muito importante para nós, imagina ganhar Brasileiro e Sul-Americana? É bom, né?”, disse ele, continuando a brincadeira ao ouvir que poderia ser “impossível” tomar a vaga do titular.

“Impossível? Porra…”, rebateu, novamente em meio a risadas, rasgando elogios ao concorrente. “Desculpa, desculpa. Eu não sou o treinador, precisa perguntar ao Carille. Meu trabalho é treinar, é jogo, eles pagam meu salário para treinar. Nem todos os jogadores podem jogar no domingo. Eu preciso vir, treinar e, se o Carille gostar, jogar. Jô é o melhor atacante do campeonato para mim, sim”, observou o atleta, autor de dois gols em 18 jogos disputados.

“Em todo time eu joguei, joguei mais, mas eu entendo minha situação. Eu queria jogar todo jogo, todo jogador quer isso, mas a realidade é que o Jô faz muito bem a função dele. Eu treino forte porque, se eles ganham, eu ganho também. É o primeiro inglês turco que tem oportunidade de ganhar esse campeonato. Eu fico bravo, triste porque não jogo, mas não tem argumento para eu jogar. Ele faz muito gol”, relatou Kazim.

Mesmo sem atuar muito, porém, o europeu fez questão de avaliar como grande dificuldade de adaptação ao Brasil as longas viagens que o time tem de encarar, além do calendário intenso de jogos. Para ele, um time que fizer os 43 jogos oficiais do Timão na Europa já estará muito perto de encerrar a temporada. “Aqui ainda é o meio do ano, pai”, apontou, antes de teorizar sobre o assunto.

“Aqui tem muitas coisas diferentes. Viagens, muitos jogos, joga o ano inteiro. Quando a seleção joga você não para. Treina todo dia, não tem folga, é muito diferente. Rodriguinho, Jô, chegaram 40 jogos agora. Para mim, 40 jogos, o campeonato acabou. É muito diferente. Viagem para Salvador, 3 horas, 9 horas na Sul-Americana. Meu filho fala: “Pai, você não vem para casa”. Eu falo que depois ele vai entender”, continuou o atacante.

Além dele, Marquinhos Gabriel, Giovanni Augusto e Clayton terão a oportunidade de encarar os colombianos. Por ter empatado o primeiro jogo em 1 a 1, o Timão passa para as oitavas de final até com um 0 a 0. Mas a ideia é sair de campo vencedor. “Quando você coloca essa camisa, todo jogo é muito importante. Porque esse clube é muito grande no mundo. Não tem jogo que não importa, esse clube tem muito prestígio, então vamos buscar essa vitória”, concluiu.