Garoto Alyson foi pivô de escândalo na base do Corinthians (Foto: Reprodução/Facebook)
Principal diretor das categorias de base do Corinthians, José Onofre de Souza Almeida preferiu não se aprofundar ao ser perguntado sobre o "caso Alyson" após a conquista da Copa do Brasil Sub-17, na noite de terça-feira, no Pacaembu. Disse que o tema é investigado pelo departamento jurídico do clube e pelo Comitê de Ética do clube, que abriu uma sindicância, onde até o presidente Roberto de Andrade foi ouvido.
Sobre Alyson José da Motta, de 16 anos, o diretor afirmou que ele continua no clube realizando treinamentos, já que tem contrato de formação até 26 de novembro de 2017. Pessoas próximas, porém, relataram à reportagem que o jogador continua afastado do clube e que treina sozinho para manter a forma física.
– Isso está na mão do jurídico do Corinthians, não tenho nem acompanhado, mas o Alyson está aí, está treinando, está lá com a gente. Existe uma outra parte que é a política que eu não participo. Existe uma sindicância no Corinthians que eles estão resolvendo lá – disse Onofre, que afirmou que o jogador ainda está nos planos do clube.
– O Corinthians gosta do Alyson, ele só precisa trabalhar ele, a cabeça dele. Mas é um jogador bom, está nos nossos planos, inclusive. Com certeza, se continuar no Corinthians, vai crescer como os outros que estão no Corinthians – declarou ele, na zona mista do Pacaembu.
O agente Helmut Niki Apaza acusa o ex-gerente Fábio Barrozo e o conselheiro Manoel Ramos Evangelista, o Mané da Carne, de receberem US$ 60 mil pela venda irregular de 20% dos direitos econômicos de Alyson. Diz ainda que pagou US$ 50 mil por uma carta de representação do clube sem validade. O prejuízo é de US$ 110 mil (cerca de R$ 395 mil).
José Onofre, de camisa azul, atrás do presidente Roberto de Andrade, na festa do título (Foto: Marcos Ribolli)
Confira mais trechos da entrevista com José Onofre:
GloboEsporte: Houve erro de alguém neste caso? Como enxerga a situação?
Onofre: Olha, o que falhou, se falhou alguém, a gente até já dispensou um funcionário nosso que a gente tinha uma suspeita grande dele, mas também ninguém tem prova contra ele, você entendeu?
Você está falando do Fábio Barrozo (ex-gerente geral)?
Exatamente. O americano falou, falou, mas não tem prova contra ele. Então está sendo apurado, e acho que em breve o jurídico deve dar um parecer sobre isso.
Você esteve com Fábio Barrozo e o empresário Helmut Niki Apaza nos Estados Unidos. Viu algum ato de má fé nas ações do norte-americano?
Não vejo má fé dele não, viajamos por um convite do Strikers, que gostaria de fazer uma parceira com o Corinthians e isso é normal.
Viajamos para a Inglaterra no meio do ano, fomos lá no Manchester City, a gente viaja para o mundo todo às vezes, por convites de algum time. Não vi nada que desabonasse a conduta do Niki. Ele veio conversar com a gente depois, trouxe algumas cartas que realmente ele achava que não eram verdadeiras, e isso está nas mãos do jurídico, que está examinando, e logo vai ser esclarecido para todo mundo.
Você vê alguma irregularidade? O que pode falar sobre isso?
Até prefiro não falar, sabe por quê? Porque eu não sei. O que eu sei é o que a imprensa divulgou, foi o que o Niki trouxe para o Corinthians. Se eu falar algumas coisa, serei leviano.
O que pode falar sobre o título da Copa do Brasil? É uma geração de futuro?
Vem coroar um bom trabalho que a base vem fazendo nos últimos dois anos, com captação de jogadores em todo Brasil, e veio na hora certa. É um time bom, tem jogadores que prometem para o futuro no Corinthians, o Fabricio Oya (meia) é um deles, o Franklin (zagueiro) é outro muito bom que o Tite já está de olho. Isso tudo é fruto do nosso bom trabalho.